header
 

A transferência de responsabilidade para tecnologia

O livro A Meta, do físico israelita Eliyahu Goldratt, deveria ser uma obra presente na estante de qualquer empresário. Em estilo literário intrigante, aparentemente descompromissado com parâmetros científicos, a obra trata de aspectos fundamentais para que uma estrutura produtiva ganhe desenvoltura e a empresa possa se posicionar com força no mercado. Isso requer, no entendimento do autor, a identificação e solução dos gargalos existentes. A partir daí as chances de sucesso aumentam incrivelmente.

Conhecida como Teoria das Restrições (no inglês Theory of Constraints), o método de Goldratt ficou famoso no mundo todo e passou a ocupar posição de destaque na gestão de grandes corporações. O motivo desse sucesso é exatamente pela simplicidade de seu raciocínio, que chama atenção para questões óbvias que podem estar impactando negativamente no desempenho. Ele desafia a intuição do gestor para observar aspectos simples que até então passavam despercebidos no dia a dia da empresa, como a cultura não colaborativa dos envolvidos e o uso inadequado de tecnologia. Exatamente, inadequado.

Fazer uma reformulação conceitual não exige necessariamente investimento em novas tecnologias e aprender propostas ousadas de administração. Muito pelo contrário, é limpar o sistema de falsos colaboradores e realinhar os processos, pois eles podem estar desvirtuados. A meta é sempre uma produção enxuta e em tempo real, evitando o máximo de desperdício, para atender ao mercado em que a empresa está inserida. O próprio mercado vai perceber os sinais positivos da empresa quando ela melhorar sua capacidade de ação, fortalecendo os negócios. É só uma questão de tempo.

Toda essa viagem para voltarmos no tempo e analisarmos comportamentos de empresários que acreditam que a solução em tempos de pandemia está nas novas ferramentas tecnológicas. Sim, as pequenas e médias empresas estão descobrindo a melhor forma de se reposicionar no mercado atendido por delivery, drive-thru e take out, o que de fato é impossível sem um bom sistema de informatização e de internet. Mas é neste momento que tudo o que foi dito por Goldratt vem à tona.

Em síntese, o gestor não pode perder de vista o alinhamento da estrutura e a disposição da equipe. Se as restrições internas não forem superadas, não existe tecnologia que dê conta. Portanto, a responsabilidade pelo bom andamento do negócio não está na tecnologia, mas nas mãos daquele que consegue ver todas as etapas do processo e se certificar de que não há cisco na engrenagem. A tecnologia é apenas uma ferramenta e pode ser completamente ineficaz se for deixada à própria sorte, sem alguém habilidoso para operá-la e um fundamento de gestão que a norteie.

ARTIGO  ABRIL/2021

Avatar

Alessandro Natal

é Diretor da
UNIC Gestão e Negócios Empresariais
Empresa especializada em
Gestão Empresarial e Desenvolvimento
de Profissionais e Lideranças.
Formado em Administração com
Habilitação em Sistemas de Informação.
Palestrante em cursos, treinamentos,
eventos corporativos e preparação de
profissionais para o mercado atual.
Auditor Líder de Sistemas de gestão
da Qualidade Certificado pelo RABQSA.
Colunista do Carreira & Sucesso,
Catho nos assuntos de Gestão
Empresarial e Liderança
na Revista Atitude Empreendedora.
Contato: alessandro@unicgestaoenegocios.com.br

Footer L
Footer R